Vai brincar de bola...
— Por que você quebrou o vaso que minha mãe me deu quando eu havia feito quinze anos? – perguntou a mãe ao filho.
— O vaso já estava velhinho, não acha? ― perguntou o filho.
— Então, você está me chamando de velha? Eu só tenho 65 anos, e foi você que quebrou o vaso, né? ― perguntou a mãe.
— Não, deixe-me terminar, você não é velha, só que esse vaso tem 50 anos, e outra não foi eu que o quebrei. ― respondeu o filho.
— Então quem foi? ― perguntou a mãe.
— Não sei, quando cheguei já estava aqui, no chão, todo quebrado, parecia que ainda estava morrendo, mas não interessa. Acho que foi meu irmão, pois ele estava jogando bola, enquanto eu estava no quarto jogando vídeo-game, e ouvi um barulho estranho. Vim ver o que havia acontecido e, quando cheguei, a sala estava assim, como a senhora está vendo ― afirma o garoto.
— Engraçado, quando eu ouvi este barulho também, vim correndo, porque pensei que a casa estava caindo, mas, então vou chamar seu irmão. Kaaaaaaaauã! Venha já aqui – chamou a mãe.
— O quê? Mamãe querida do meu coração ― responde Kauã.
— Você sabe algo sobre aquele vaso? ― pergunta a mãe.
— Eu sei que você o ganhou aos quinze anos, agora você tem 65, você já está bem velhinha, mas não importa. E sei também que tinha ele há 50 anos, coitadinho, antes dava para ver o que estava escrito, mas ontem não se via nada… Mas isso também não importa, só isso ― responde Kauã.
— Você também? ― indaga a mãe.
— Eu também o quê? ― responde com outra pergunta.
— Está me chamando de velha? Já não basta seu irmão ― retorna a perguntar.
— Que coisa feia, Renato, você está chamando a nossa mãe de velha? ― indaga a Renato.
— Você acabou de chamar ― retorna a Kauã.
— Tá bem, agora deixemos isso de lado. O que você decidiu mãe ― pergunta Kauã à mãe.
— Decidi, que quem é o culpado é você Kauã ― responde a mãe.
— Como você sabe, se estava na cozinha? ― indaga novamente o filho.
— Então você admite que foi você que quebrou o vaso, né? ― pergunta a mãe.
— Não, mas… Como você sabe sem ter provas? ― pergunta Kauã dirigindo a mãe.
— Como, poderia ser eu, se eu estava na cozinha; e também como poderia ser eu, que amava esse vaso, como se fosse um filho; e outra, o seu irmão falou que estava no quarto jogando vídeo-game ― responde a mãe.
— Ele pode estar mentindo ― diz o filho.
— Mas ele não está, pois ele não é de mentir ― responde a mãe.
— Não estou, te garanto. E garanto que você está em uma enrascada ― responde Renato.
— Tá bem, admito, mas foi sem querer. É que eu estava jogando, e, sem querer, a bola bateu no vaso, e ele se estirou ao chão ― responde Kauã
— Vou-te bater muito, vá logo para o seu quarto ― diz a mãe.
— Mãe, desculpe-me, mas não posso deixar que faça isso ― diz Renato. — Porque, existe uma lei que se chama Lei Antipalmas, você não pode encostar um dedo para bater em uma criança ― diz Renato.
— Ahh! Desculpe-me, meu filho. Venha cá, menino bonitinho ― diz a mãe.
André (27/10/10)